A reformulação da avaliação dos cursos que formam professores no Brasil, por meio do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) das Licenciaturas, foi oficializada pelo Ministério da Educação (MEC). O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) aplicará o novo formato da prova já neste ano.
O objetivo é aperfeiçoar os processos avaliativos dos cursos de formação docente – um dos focos da atual gestão do MEC. Nesse contexto, as principais mudanças dizem respeito às matrizes de referência e ao formato das provas, que passarão a ter maior foco na avaliação das competências docentes que nos conteúdos disciplinares de cada curso.
Além de um novo modelo de itens, o exame contará com a avaliação das competências e habilidades práticas docentes desenvolvidas pelos estudantes nos estágios supervisionados obrigatórios. A estimativa é de que mais de 370 mil alunos, distribuídos por todas as unidades da Federação, participem do Enade 2024.
Detalhamento
A edição deste ano avalia cursos de Pedagogia e de Licenciatura das áreas de: Artes visuais; Ciências Biológicas; Ciências Sociais; Computação; Educação Física; Filosofia; Física; Geografia; História; Letras (Inglês); Letras (Português); Letras (Português e Espanhol); Letras (Português e Inglês); Matemática; Música; e Química.
EAD
O MEC vem intensificando o cerco com os cursos de ensino a distância, modalidade que já é maioria entre os alunos matriculados no ensino superior privado. No começo do mês, a pasta publicou portaria proibindo, até março do próximo ano, a abertura de quaisquer novos cursos, polos ou ampliação de vagas dessa modalidade de aprendizado que hoje conta com 4,1 milhões de estudantes. No presencial, são 3,2 milhões.
A meta do governo é apresentar até o fim deste ano o marco regulatório do ensino a distância. Essa medida vale, inclusive, para universidades e centros universitários que tinham autonomia para abrir cursos o que na visão de alguns deve gerar uma judicialização.
Após a pandemia, o volume de alunos matriculados em cursos a distância disparou. Entre 2019 e 2022 (último dado disponível) o número de alunos estudando pelo computador dobrou, saltando de 1,3 milhão para 2,6 milhões. Além do isolamento social nos primeiros anos da pandemia, que obrigou os alunos a estudarem de forma remota, há a crise econômica que fez muitos estudantes migrarem para uma modalidade mais barata. O tíquete médio de um curso online é R$ 210, no presencial está na casa dos R$ 750.